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HISTÓRIA DAS PARAOLIMPÍADAS

 

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O SURGIMENTO DO ESPORTE NO MUNDO

O surgimento do esporte e desenvolvimento do desporto entre pessoas portadoras de deficiência se deu de
forma extremamente lenta. Registros apontam a Alemanha como o primeiro local de prática desportiva
organizada - em 1918, um grupo de deficientes, lesionados na Primeira Grande Guerra, reúne-se para praticar
esporte. Mais tarde, em 1932, na Inglaterra, fundou-se a Associação de Jogadores de Golfe de um só Braço.
Nenhuma dessas iniciativas teve continuidade.

Quase 25 anos mais tarde, em 1944, o neurologista e neurocirurgião alemão Ludwing Guttman dá início ao que
se tornaria o desencadeador da prática desportiva entre os portadores de deficiência. Ele cria na Inglaterra, em
Aylesbury, o Hospital de Stoke Mandeville, com um Centro de Tratamento de Lesionados Medulares. Ali, Dr.
Gutmann passaria a utilizar técnicas revolucionárias e científicas, adaptando o esporte aos conceitos de
reabilitação física e emocional.

O neurologista acreditava que o esporte ajudava o deficiente a sair da depressão e a eleger novo objetivo de
vida. A prática desportiva seria fundamental para a integração social. Gutmann dizia: "A causa mais nobre do
desporto para portadores de deficiência é a de ajudar-lhes a restaurar a conexão com o mundo que os rodeia".

Nesta mesma época, nos Estados Unidos, um grupo de soldados que participara da Segunda Guerra cria a
equipe de basquete "Rodas Voadoras", que percorre o país apresentando-se e chamando a atenção da
sociedade para a condição do portador de deficiência. Este movimento viria fundamentar o Programa de
Reabilitação Desportiva do Governo Americano. Entre 1946 e 1948, Benjamin Lipton, diretor do Joseph
Bulova School of Watchmaking, e Timothy Nugent, diretor de Reabilitaçã de Estudantes da Universidade de
Illinois, se unem para organizar, treinar e promover equipes de basquete em cadeira de rodas.

Ainda em 48, na Inglaterra, acontece os XIV Jogos Olímpicos de Verão e, aproveitando-se do evento,
Gutmann cria os Jogos Desportivos de Stoke Mandeville para atletas portadores de deficiência. A participação
é modesta: 14 homens e duas mulheres das Forças Armadas Britânicas competem em arco e flecha. Estava
selado o futuro dos jogos. Em 52, os Jogos de Mandeville ganham projeção e participação de 130 atletas
ingleses e holandeses. Os organizadores decidem tornar a competição anual.
Em 58, quando a Itália preparava-se para sediar as XVII Olimpíadas de Verão, o diretor do centro de
Lesionados Medulares de Ostia, Antônio Maglia, propõe que os Jogos Mundiais de Stoque Mandeville de
1960 se realizem em Roma, após as Olimpíadas. De acordo com Maglia, seria uma forma de mostrar que os
portadores de deficiência poderiam também ter sua Olimpíada. Com o apoio do Comitê Olímpico Italiano,
cerca de 240 atletas portadores de deficiência, de 23 países, participam da competição, que repercute
positivamente em todo o mundo. Seria a primeira Paraolimpíada - e já com esse nome.

O sucesso dos Jogos fortalece o esporte e funda-se a Federação Mundial de Veteranos, que irá discutir regras
e normas técnicas para as competições. Os próximos Jogos Paraolímpicos se realizaram em Tóquio, por
ocasião da Olimpíada, em 1964, com cerca de 390 participantes de 22 países. Em 68 a competição, que seria
no México, deixa de se realizar no mesmo local das Olimpíadas por problemas de organização do comitê
mexicano e vai parar em Israel. Desta vez são 1100 atletas de 29 países participando dos III. Jogos
Paraolímpicos.
Em 72, os jogos mundiais ocorrem na Alemanha mas em cidade diferente da sede da Olimpíada, ainda por
problemas de organização. A Paraolimpíada reúne cerca de 1400 desportistas de 44 nações. Este seria o
primeiro ano de participação brasileira.

O SURGIMENTO DO ESPORTE NO BRASIL    

Desde que a prática desportiva entre portadores de deficiência chegou ao nosso país, 
pelas mãos do paraplégico Robson Sampaio de Almeida e do atleta Sérgio Del Grande, 
no final dos anos 50, o Brasil fez-se representar nas grandes competições internacionais. 
Participamos dos Jogos Pan-Americanos de 1971 (Jamaica), 1973 (Peru), 1975 
(México), 1978 (Brasil), 1982 (Canadá), 1986 (Porto Rico) e 1990 (Venezuela). 
Nos Jogos Paraolímpicos, estivemos pela primeira vez em 1972, na Alemanha. No 
Canadá (1976), o Brasil consegue suas primeiras medalhas paraolímpicas: os atletas 
Robson Sampaio de Almeida e Luis Carlos "Curtinho" conquistam duas medalhas de 
prata na bocha. Na Holanda (1980), a delegação brasileira foi representada apenas pelo 
time de basquete masculino em cadeira de rodas e um nadador, sem medalha. 

 

 

 

 Em 1984, os Jogos foram divididos em duas sedes: Aylesbury (Inglaterra) e Nova Iorque (EUA). Na Inglaterra,
participaram somente os atletas em cadeira de rodas, enquanto que nos EUA os jogos foram destinados aos
atletas paralisados cerebrais, amputados e cegos. O Brasil trouxe 21 medalhas da Inglaterra. Nos EUA, o
desporto dos cegos ganha sua primeira medalha, através da atleta Anaelise, nos 100 metros rasos. De Seul
(1988), trouxemos 27 medalhas (4 de ouro, 10 de prata e 13 de bronze), classificando-nos em 25° o lugar
entre 65 países. Em Barcelona (1992), conquistamos sete (3 de ouro e 4 de bronze) e ficamos em 30° o lugar
entre os 92 participantes.